sexta-feira, fevereiro 07, 2014

Síndrome do pânico

Transtorno do pânico



Hoje quero abordar um assunto muito sério que nem sempre é compreendido pelas pessoas.
A síndrome do Pânico ou Transtorno do Pânico, é uma doença que pode ser desenvolvida por indivíduos entre 20 e 40 anos e na maioria dos casos em mulheres.


"Este distúrbio é diferente de outros tipos de ansiedade, caracterizando-se por crises súbitas, sem fatores desencadeantes aparentes e, freqüentemente, incapacitantes. Depois de ter uma crise de pânico a pessoa pode desenvolver fobias de algumas situações e começar a evitá-las.


Os sintomas são como uma preparação do corpo para alguma "coisa terrível". A reação natural é acionar os mecanismos de fuga. Diante do perigo, o organismo trata de aumentar a irrigação de sangue no cérebro e nos membros usados para fugir — em detrimento de outras partes do corpo. São desencadeados a partir da liberação de adrenalina frente a um estímulo considerado como potencialmente perigoso.

A adrenalina provoca alterações fisiológicas que preparam o indivíduo para o enfrentamento desse perigo: aumento da frequência cardíaca e respiratória, a fim de melhor oxigenação muscular; e o aumento da frequência respiratória (hiperventilação) é o principal motivo do surgimento dos sintomas.

Durante a hiperventilação, o organismo excreta uma quantidade acima do normal de gás carbônico. Este, apesar de ser um excreta do organismo, exerce função fundamental no controle do equilíbrio ácido-básico do sangue. Quando ocorre diminuição do gás carbônico ocorre também um aumento no pH sanguíneo (alcalose metabólica) e, consequente a isso, uma maior afinidade da albumina plasmática pelo cálcio circulante, o que irá se traduzir clinicamente por uma hipocalcemia relativa (por redução na fração livre do cálcio). Os sintomas dessa hipocalcemia são sentidos em todo o organismo:

  • Sistema Nervoso Central: ocorre vasoconstrição arterial que se traduz em vertigem, escurecimento da visão, sensação de desmaio.
  • Sistema Nervoso Periférico: ocorre dificuldade na transmissão dos estímulos pelos nervos sensitivos, ocasionando parestesias (formigamentos) que possuem uma característica própria: O indivíduo se queixa de formigamento que acomete as pontas dos dedos e se estende para o braço, adormecimento da região que compreende o nariz e ao redor da boca (característico do quadro).
  • Musculatura Esquelética: a hipocalcemia causa aumento da excitabilidade muscular crescente que se traduz inicialmente por tremores de extremidades, seguido de espasmos musculares (contrações de pequenos grupos musculares: tremores nas pálpebras, pescoço, tórax e braços) e chegando até a tetania (contração muscular persistente). Em relação à tetania, é comum a queixa de dificuldade para abertura dos olhos (contratura do músculo orbicular dos olhos), dor torácica alta (contratura da porção superior do esôfago), sensação de aperto na garganta (contração da musculatura da hipofaringe, notadamente do cricofaringeo), de abertura da boca (contratura do masseter e de músculos faciais - sinal de Chvostec), e contratura das mãos (mão de parteiro - sinal de Trousseau). São muito frequentes as cãimbras.
Adicionalmente, a hiperventilação é realizada através de respiração bucal, o que traz duas consequências diretas: o ressecamento da boca (boca seca) e falta de ar (ocasionada pela não estimulação dos nervos sensitivos intranasais).
Tais eventos podem durar de alguns minutos a horas e podem variar em intensidade e sintomas específicos no decorrer da crise (como rapidez dos batimentos cardíacos, experiências psicológicas como medo incontrolável etc.).
Quando alguém tem crises repetidas ou sente muito ansioso, com medo de ter outra crise, diz-se que tem transtorno do pânico. Indivíduos com o transtorno do pânico geralmente têm uma série de episódios de extrema ansiedade, conhecidos como ataques de pânico.

Alguns indivíduos enfrentam esses episódios regularmente, diariamente ou semanalmente. Os sintomas externos de um ataque de pânico geralmente causam experiências sociais negativas (como vergonha, estigma social, ostracismo etc.). Como resultado disso, boa parte dos indivíduos que sofrem de transtorno do pânico também desenvolvem agorafobia.
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre."


Eu sofri de Pânico durante 4 anos, tive acompanhamento psicológico, e hoje ainda tenho algumas fobias.

Minha T.P. se originou em um assalto que sofri na saída do trabalho, fui abordada por dois garotos que queriam meu celular, eu reagi (involuntariamente) me bateram, e fugiram, fiquei meio atordoada, e saí andando, a distância entre o meu trabalho e minha casa era relativamente grande, mas não percebi que estava andando quando me dei conta de onde estava já tinha caminhado metade do trajeto de duas conduções. Liguei para o meu namorado na época e relatei o ocorrido, ele foi me buscar.

Depois disso minha vida social era praticamente nula, no dia seguinte liguei para meu trabalho dizendo que não pisava mais lá, eu não queria mais sair de casa, não queria nem pensar na possibilidade de voltar ao local da surra que levei, sempre tive muitos amigos, e via-os com freqüência regular, depois do acontecido, não aceitava mais convites, e sempre inventava uma desculpa, minha família que sempre me chamou de "solzinho da casa" (origem do meu apelido) começou a se preocupar porque eu não queria sair de casa, aliás não queria sair do quarto.

Com muita insistência voltei a dar aulas somente no período da manhã, mas sempre evitava o caminho que fazia, aliás eu sempre evitava fazer rotas idênticas, e foi ai que comecei a traçar rotas alternativas todos os dias, pegava ônibus em horários diferentes, passava por ruas diferentes em horários variados, porque para mim sempre tinha alguém a minha espreita.

Dias depois do acontecido, descobri que meu namorado era gay e veio a depressão profunda, que quase me matou, e eu vivia dopada de anti-depressivos. Remédios que tomei até janeiro do ano passado. quando decidi tomar um novo rumo na minha vida.

Os ataques de pânico geralmente aconteciam quando a possibilidade de "fugir" era remota. Portanto eu evitava se possível, todo tipo de lugar fechado (escadas, elevadores, corredores, salas fechadas) e desenvolvi alguns hábitos como contar passos, evitar bueiros, e o T.O.C. Que me irrita as vezes.

Eu não contava o que estava passando para ninguém tanto que minha família e amigos só saberão de alguns detalhes do que sofri se ler esse artigo.

Para mim o mundo era um lugar perigoso, e eu sempre tive medo de palhaços, então eu via palhaços em todos os lugares.

Para uma pessoa com T.P. qualquer situação que fuja da sua realidade do seu mundinho já é motivo de ter medo. Os sintomas não são nada psicológicos, são reais e terríveis para quem está vivendo isso, e constantemente eu vivia muito cansada...

Para melhorar da minha doença, tomei algumas atitudes não ortodoxas, primeiro parei de tomar os anti-depressivos, que na minha mente me deixavam cansada, sempre com sono, e sem vontade de fazer nada.

Depois comecei a fazer exercícios para liberar endorfina. (As endorfinas foram descobertas em 1975. Foram encontradas 20 tipos diferentes de endorfinas no sistema nervoso, sendo a beta-endorfina a mais eficiente pois é a qual dá o efeito mais eufórico ao cérebro. Ela é composta por 31 aminoácidos. A endorfina é produzida em resposta à atividade física, visando relaxar e dar prazer, despertando uma sensação de euforia e bem-estar.)

Apesar do tratamento nada convencional, eu melhorei consideravelmente, porque decidi melhorar, porque eu já estava cansada de conversas com profissionais, que na maioria dos casos me ajudavam a encontrar minhas repostas...

É hoje em dia tenho a consciência de que perdi muita coisa, acontecimentos, passeios, sessões de RPG, churrascos, viagens...
Bom aos poucos vou me refazendo, agradeço a oportunidade de falar sobre essas coisas...

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